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Viagem aos Balcãs


jasafara

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Depois de indevidamente me ter apropriadado do tópico do bgravato De visita à Holanda no Carnaval na sequência de um post do Prodrive sobre a viagem que realizou com o Team Hulkman o ano passado pelos Balcãs e que correspondia quase totalmente á que eu estava a preparar para a Páscoa, decidi agora autonomizar o tópico para vos dar nota das experiências da viagem que iniciarei hoje e até dia 11.

 

Assim irei se tudo correr como o previsto fazer o seguinte percurso

 

01 Milão Malpensa (Itália)

02 Liubliana (Eslovénia)

03 Zagreb (Croácia)

04 Trogir (Croácia)

05 Sarajevo (Bósnia)

06 Zabljak (Montenegro)

07 Kotor (Montenegro)

08 Dubrovnik (Croácia)

09 Split (Coácia)

10 Poreč (Croácia)

11 LIsboa

 

Um dos grandes aliciantes é ver se depois de não ter feito um FTF em Marrocos numa cache do Monho, consigo fazer quatro em Sarajevo em caches do Team Hulkman...

Edited by jasafara
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Aproveito para compartilhar com os mais aventureiros, informação sobre uma geringonça que adquiri o ano passado por alturas da viagem que efectuei á Líbia e que a partir daí me tem acompanhado nas minhas pequenas e grandes viagens.

 

Trata-se de um localizador satélite SPOT que conjuga GPS com envio de SMS pela rede de satélites Globalsat para permitir que via browser ou sms se saiba onde se está com tracker em tempo real.

 

Os que estiverem interessados podem visualizar a minha viagem em Viagem a 4/7 da ex-Jugoslávia.

 

Boas cachadas por cá, que eu vou tentar passar de 3 países com caches para 8 :laughing:

Edited by jasafara
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De volta a este nosso querido Portugal.

Não foi bem Balcãs, nem 4/7 da ex-Jugoslávia, mas mais Croácia com uns saltos á Eslovénia (Libjuana e Postjona), Bósnia (Mostar) e Montenegro (Kotor e Baía de Kotor). Não foi assim completamente a viagem que tinha idealizado, mas não deixou de ser espectacular. Durante a semana faço um resumo com dicas para futuros viajantes por aqueles sítios.

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Ainda assim parece-me que deve ter sido espectacular. Kotor e o seu lago (Montenegro) são absolutamente deslumbrantes e Mostar (Bosnia i Herzegovina) é imperdível, sobretudo depois da reconstrução da Most de Stari Grad (Ponte da cidade velha).

 

Tenho pena que a viagem não tenha passado por Sarajevo, ainda por cima agora que havia 4 caches novinhas à espera de FTF :P

 

http://www.geocaching.com/seek/cache_detai...rypt=#NumVisits

 

http://www.geocaching.com/seek/cache_detai...rypt=#NumVisits

 

http://www.geocaching.com/seek/cache_detai...rypt=#NumVisits

 

http://www.geocaching.com/seek/cache_detai...rypt=#NumVisits

 

Fico a aguardar com alguma expectativa os relatos da viagem. Aliás, tens aqui um excelente tópico para o fazeres com todo o detalhe :lol: .

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Ora bem e primeiro que tudo o percurso efectuado foi:

 

01 Lisboa - Milão Malpensa Airport (Itália)

02 Liubliana (Eslovénia)

03 Zagreb (Croácia)

04 Plitvice Lakes National Park - Split Airport - Trogir (Croácia)

05 Mostar (Bosnia i Herzegovina) - Dubrovnik (Croácia)

06 Dubrovnik (Croácia)

07 Baia de Kotor - Kotor (Montenegro)

08 Split (Croácia)

09 Split Airport - Krka National Park - Zadar - Lovran (Croácia)

10 Rijeka (Croácia) - Postjona Cave (Eslovénia) - Pádua (Itália)

11 Milão Malpensa Airport (Itália) - Lisboa

 

Em relação ao original, o percurso foi condicionado por quatro factores:

 

1) A questão dos carros. Conforme já referi nos posts colocados em De visita à Holanda no Carnaval quem for para estes lados tem de ter muito cuidado com as coberturas dos seguros. Assim só depois de ter marcado voo e carro em Milão Malpensa é que verifiquei que o seguro não cobria a Bósnia e o Montenegro. Assim aluguei um carro por 10 dias, que esteve 5 parado no aeroporto de Slit, onde aluguei outro por esse período que já permitia viajar para todo o lado… Não perdi muito tempo, mas 230€…Fica a nota para próximos visitantes que não devem fazer a viagem a partir de Itália. Além de se fazer 1.000km de ligação adicional por autoestrada, não há neste momento nenhum rent-a-car a partir de Itália que permita ir a nenhum país da ex-Jugoslávia sem ser a Croácia (e a Eslovénia obviamente que faz parte da CEE). Por outro lado com um carro alugado na Croácia ou na Eslovénia pode-se ir a todo o lado… mesmo assim é preciso ver com atenção porque algumas companhias a partir da Croácia restringem as viagens á Sérvia, Montenegro e República Sprska (uma das componentes da Bósnia)… enfim muito complicado e que deve ter a ver ainda com traumas recentes. O único problema é que não existem por enquanto voos low-costs directos entre Lisboa e Libjuana, Zagreb, Split ou Dubrovnik. Estes voos estão no entanto disponíveis a partir de várias cidades, nomeadamente, Milão, Berlim e Geneva (para falar apenas das que não obrigam a grandes desvios). Assim será sempre possível arranjar uma alternativa. Eu aproveitei para ir a Pádua (e poderia ter ido a Veneza) mas qualquer dessas cidades seria fácilmente acedida por um carro alugado na Croácia ou na Eslovénia.

 

2) O facto de não ter mentalizado suficientemente a minha querida esposa que a Bósnia (pelo menos Mostar) era mais parecida com Marrocos do que com um país europeu. Assim ter visto aquela mistura de raças, as raparigas com os filhos a pedir, as crianças a limpar os vidros dos carros, ruínas e buracos de bala por todo o lado e finalmente o facto de os dois primeiros bósnios com quem procurámos falar (entre os quais um polícia) não falarem minimamente inglês, pôs-lhe na cara uma expressão que eu decidi traduzir rapidamente por ‘Ok. Vamos voltar pelo mesmo caminho e ir para Dubrovnik....’ Este facto impediu-me de ir a Sarajevo que era um dos pontos altos previstos (mais não seja, e embora esteja convencido que Sarajevo vale mesmo a pena visitar, por ir fazer uma data de caches portugueas na diáspora e vingar o FTF da cache do Monho de Marrocos que não fiz, com 4 FTF de caches recentes do Team Hulkman :)). Mas enfim compreendi perfeitamente o ponto de vista dela,que ao contrário de mim só tinha ido a Marrocos uma vez e em grupo, o que é completamente diferente de irmos sózinhos. Pessoalmente não senti nenhum receio e qualquer souq Marroquiino é muito mais confuso do que Mostar. O cenário de destruição ainda existente realmente pode impressionar um pouco, especialmente por subsistir tantos anos após o fim da guerra (podemos comparar nomeadamente com Dubrovnik que também foi bastante destruída e que já disfarça muito mais esse facto…).

 

3) O facto de não ter ido a Sarajevo, condicionou logo a etapa seguinte que era suposto ser a entrada pelo NW de Montenegro e chegar a Kotor depois de passar por um cenário de montanha que se me afigurava espectacular e que para mim seria um dos pontos altos da viagem (Durmitor park, Tara Canyon e River, Biogradska Gora Park, Ostrog Monastery, etc.,etc.)

Diga-se de passagem que esta alteração de planos ter-me-á evitando outro potencial problema, pois a minha mulher também não é especialmente adepta de estradas sinuosas, com inclinações de 14%, com mau piso, em que em muitos lados só dá para passar um carro e que tem ravinas com mais 500m sem protecções. :D O carro que aluguei na Croácia, um pequeno Suzuki com mudanças automáticas (não inteligentes que reduzem automáticamente nas descidas em vez de acelerar), também diga-se que não seria o mais indicado para este tipo de percurso.

 

4) Assim em vez de entrar pelo NW de Montenegro fiz o mais convencional Dubrovnik-Kotor-Dubrovnik. Mesmo assim ainda poderia ter feito um percurso que tenho a certeza seria espectacular pela ‘old road’ de Kotor para Cétjine passando depois numa volta alargada por Budva antes de voltar a Kotor. No entanto também aqui uma indisposição anulou esta parte. Assim Montenegro ficou por Kotor e pela sua Baía, que como o Prodrive refere já são suficientemente espectaculares.

 

Neste mapa pode-se ver o percurso efectuado em Montenegro em relação ao idealizado.

 

Embora pareça, nada disto prejudicou a viagem que continuou a ser espectacular. No entanto fica já aqui o convite, para se estiverem interessados a ir para aqueles lados e quiserem companhia, me avisem porque não desisti de ir a Sarajevo e á restante Bósnia, a percorrer Montenegro como o idealizei e não digo que não em ir á Sérvia, ao Kosovo, á Macedónia ou á Albânia e assim fazer umas Balcãs mais completas. A minha querida esposa aproveita e vai para paragens mais civilizadas :D

 

Em próximo post faço um resumo da viagem e das caches efectuadas que ainda estão por logar.

 

Infelizmente não carimbei a Bósnia e o Montenegro no meu mapa do geocaching, embora com todos as alterações pudesse perfeitamente ter feito, pelo menos as 1 e 2. Assim acrescentei apenas Itália, Eslovénia e Croácia o que já duplicou o número de países em que fiz geocaching :)

Edited by jasafara
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Compreendo perfeitamente o quão a Bósnia pode ser intimidante para quem possa ser impressionável. Apesar da cidade velha de Mostar (tal como Dubrovnik estar totalmente recuperada) há muitas marcas do conflito um pouco por todo lado, nomeadamente prédios bombardeados (alguns totalmente destruídos) e marcas de projécteis para onde quer que olhemos, já para não falar nos cemitérios em cada jardim e em cada quintal. Espero que pelo menos a Stari Grad (cidade velha) e a Stari Most de Mostar (ponte velha que foi destruída pelos sérvios e depois reconstruída, pedra a pedra retirada do fundo do rio) tenham sido visitadas.

 

Compreendo também como possa ter sido intimidante depararmo-nos com pessoas que não falam uma palavra de inglês, especialmente num país com resquícios de hostilidade. Nós fomos afortunados e connosco viajou a Maja do Team Hulkman que fala correctamente Bósnio que é o suficiente para nos desenrascarmos em todos os países da ex-Jugoslávia. Digamos que sem isso, as aventuras que tivémos com a polícia na Croácia e sobretudo no Montenegro poderiam ter sido experiências traumatizantes. Por outro lado, indicações sobre restaurantes e hoteis também foram muito importantes, mas sobretudo na assimilação da cultura local. Não teríamos apreendido metade nem absorvido tanta informação se não tivéssemos tido um cicerone local.

 

Mesmo assim creio que a vossa viagem foi magnífica especialmente a parte da Croácia que foi desfrutada em toda a sua plenitude com visita aos seus ícones: Zagreb; Plitvice Lakes National Park; Dubrovnik; Split; Krka National Park e Zadar. Rijeka achei bastante fraquinho. Creio que ficou apenas a faltar a visita a Pula que tem um dos Coliseus mais bonitos e bem preservados do Mundo.

 

Como bónus ainda tiveram a visita às famosas grutas de Postjona (Eslovénia), que nós já não tivémos tempo de visitar. Em contrapartida ganhámos um memorável jantar em Veneza :) .

 

Fico ansiosamente a aguardar os relatos detalhados, e muitas, muitas fotos <_< .

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Antes das descrições e fotografias propriamente ditas só mais algumas generalidades:

 

1) Ao contrário das aventuras que aparentemente os Team Prodrive e Hulkman tiverem com as polícias, a nossa viagem foi completamente tranquila a esse nível. Fronteiras pacíficas e rápidas (ainda deu para ficar com um carimbo no passaporte na passagem para o Montenegro, que foi o meu primeiro carimbo na Europa de há muitos anos a esta parte) e nas estradas raramente vi polícia (ao contrário de por exemplo Marrocos onde se vêm bastante). Onde vi mais foi no Montenegro, mas mandavam parar carros fundamentalmente com matrículas locais (eu estava com uma da Croácia). Pode ser que me venha a chegar a casa uma multa como me aconteceu na Alemanha (por excesso de velocidade) e na Escócia (por estar parado 10m depois de o ticket ter expirado), mas duvido visto serem países fora da União Europeia.

 

2) Quanto ao carro e ao aeroporto de Malpensa, quero apenas deixar uma nota para os futuros locadores de carros naquele aeroporto. Assim sendo um aeroporto óptimo para se viajar para Itália e sendo situado num ponto privilegiado para aceder a um conjunto de países próximos e com a vantagem de as tarifas de rent-a-car serem das mais baixas, têm de ter cuidado com o encher o depósito antes do retorno. Assim se não o encherem antes de saírem da auto-estrada só encontram bombas após a saída para o terminal 2. Até aqui tudo bem, mas devem contar com mais uns 10m para isso. O problema é que nesta vez me aconteceu uma situação que nunca me tinha acontecido antes (e por norma julgo que costumo retornar ao Domingo). Todas as três estações mais próximas estavam fechadas… Uma que julgo que é onde das outras vezes costumo atestar permitir atestar, permitia self-service mas só com utilização de notas e não cartão, o que como estava sem dinheiro não me permitiu utilizá-la e que de qualquer forma dificulta bastante o atestamento pois á partida não se sabe quanto será necessário. Assim e como já estava com muito pouco folga para o check-in optei por devolver o carro sem atestar o que como não estava contratualizado no aluguer me fez ocorrer numa taxa de €110. Como a gasolina não deveria ultrapassar os €60, lá acrescentei mais €50 aos €230 de gastos extraordinários com carros…

 

3) Quanto a hotéis também correu tudo optimamente com reservas previamente feitas no booking.com. Pode não ser a solução que permite mais liberdade, mas por outro lado permite escolher com calma os hotéis e não perder depois tempo. Assim lá fui mudando de hotel diariamente (o único sítio em que fiquei dois dias no mesmo foi em Dubrovnik), sempre em hotéis muito razoáveis (4*) com preços razoáveis (entre €75 e €125) e em locais na generalidade muito agradáveis. Assim em Kotor e Split fiquei nas Stari Grad, em Trogir, Dubrovnik e Lovran em hotéis com vistas sobre o Adriático e em Milão, Lubjdina, Zagreb e Pádua em hotéis já um pouco mais afastados. Para quem não utiliza o booking.com recomendo vivamente. Já há alguns anos que nós (ou mais propriamente a minha mulher que é responsável por essa parte…) o utilizamos em muitos países diferentes e geralmente com bastante agrado. O facto de uma componente importante do processo de escolha ser a análise das apreciações dos anteriores utilizadores e depois sermos convidados a nós próprios fazermos o mesmo, gera uma competição saudável pela qualidade e pelo agrado dos hóspedes. As opções de pesquisas também são importantes para por exemplo escolher os temas para mim mais importantes que são estacionamento, internet e pequeno-almoço.

 

4) Estava preparado para os €15 de taxa de utilização de auto-estrada na Eslovénia e €10 de eco-taxa do Montenegro (que me foram cobrados por um sujeito extremamente simpático, com um ar humilde, que quase me pediu desculpa por me estar a exigir aquela taxa sui generis), mas fiquei surpreendido com as auto-estradas Croatas. Embora tenha procurado privilegiar a utilização da cénica N8 pelo litoral, a partir de Zadar e por questões de timing fui pela E65/A1-A6 até Rijeka, e se nem uma nem outra cidade valem realmente a pena visitar, a auto-estrada é uma obra de engenharia que não fica nada a dever a algumas auto-estradas italianas ou suíças no que diz respeito á combinação de viadutos com túneis, alguns deles bastante longos (mais de 5km) ficando ainda agradavelmente surpreendido por pagar uma portagem que em Portugal pago na A2 entre Lisboa e Grândola…

 

5) Também se comeu bem e por preços simpáticos. Comemos umas grelhadas de peixe, espectaculares, na Croácia. Tendo sido umas das poucas viagens recentes em que não fui a um MacDonald’s, não deixei obviamente de comer o equivalente local ao BigMac, ou seja o tradicional Cevapcici, embora com muita pena minha não no sítio (Mrkva Restaurant) que aparentemente deu origem ao franchising :P

Edited by jasafara
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1) Ao contrário das aventuras que aparentemente os Team Prodrive e Hulkman tiverem com as polícias, a nossa viagem foi completamente tranquila a esse nível. Fronteiras pacíficas e rápidas (ainda deu para ficar com um carimbo no passaporte na passagem para o Montenegro, que foi o meu primeiro carimbo na Europa de há muitos anos a esta parte) e nas estradas raramente vi polícia (ao contrário de por exemplo Marrocos onde se vêm bastante). Onde vi mais foi no Montenegro, mas mandavam parar carros fundamentalmente com matrículas locais (eu estava com uma da Croácia). Pode ser que me venha a chegar a casa uma multa como me aconteceu na Alemanha (por excesso de velocidade) e na Escócia (por estar parado 10m depois de o ticket ter expirado), mas duvido visto serem países fora da União Europeia.

Nós alugámos uma carrinha BMW em Milão, com matricula italiana e isso pode ter sido determinante... ou não. Na Croácia aconteceu-nos um episódio caricato que tem a ver com este assunto.

Ao estacionar num lugar muito apertado encostei o meu pára-choques ao pára-choques do carro que estava atrás. E quando digo encostar é isto mesmo, um toque quase imperceptível. De dentro do carro sai um Croata a dizer (num inglês muito macarrónico) que tínhamos um problema e que eu lhe tinha destruído o carro todo (que estava podre de velho).

De tão caricata que era a situação (quase ao nível dos "Apanhados") não lhe dei muita saída, mas perante tamanha insistência, acordei em accionar o seguro do aluguer. Ele alegou que o carro não era dele, que era do patrão e que não tinha autorização para estar ali, por isso tínhamos que resolver o assunto de outra forma (passando-lhe umas notas para a mão). Discordei totalmente e se ele quisesse pensar no assunto do seguro, deixava-lhe o meu contacto telefónico e resolveríamos a coisa a bem.

Assim fiz, dei-lhe o meu número de telemóvel. Ele reclamou comigo por aquele número de telemóvel estar errado porque o indicativo não era de Itália. Fiz-lhe prova de que não éramos italianos mas sim portugueses. Nessa altura ele quase me abraçou e disse: "Meu amigo, então acho que o nosso problema está resolvido. Pensei que eram italianos!"

A Maja explicou-nos então que há bastante animosidade entre os italianos e os es-Jugoslavos. Para a próxima, já combinámos de levar uma grande bandeira portuguesa para colocar no vidro traseiro. Como portugueses somos sempre bem vindos em todos os cantos do Mundo.

 

2) Assim se não o encherem antes de saírem da auto-estrada só encontram bombas após a saída para o terminal 2. Até aqui tudo bem, mas devem contar com mais uns 10m para isso. O problema é que nesta vez me aconteceu uma situação que nunca me tinha acontecido antes (e por norma julgo que costumo retornar ao Domingo). Todas as três estações mais próximas estavam fechadas… Uma que julgo que é onde das outras vezes costumo atestar permitir atestar, permitia self-service mas só com utilização de notas e não cartão, o que como estava sem dinheiro não me permitiu utilizá-la e que de qualquer forma dificulta bastante o atestamento pois á partida não se sabe quanto será necessário. Assim e como já estava com muito pouco folga para o check-in optei por devolver o carro sem atestar o que como não estava contratualizado no aluguer me fez ocorrer numa taxa de €110. Como a gasolina não deveria ultrapassar os €60, lá acrescentei mais €50 aos €230 de gastos extraordinários com carros…

Por motivos profissionais, todos os anos tenho que ir a Milão em Maio e na primeira vez aconteceu-me exactamente a mesma coisa. A partir daí passei sempre a atestar à saída de Milão. Apesar de ainda serem cerca de 40 kilómetros é o suficiente para chegar ao parque do Rent-a-Car com o ponteiro no máximo. Não voltei a ter problemas.

 

3) Quanto a hotéis também correu tudo optimamente com reservas previamente feitas no booking.com. Pode não ser a solução que permite mais liberdade, mas por outro lado permite escolher com calma os hotéis e não perder depois tempo. Assim lá fui mudando de hotel diariamente (o único sítio em que fiquei dois dias no mesmo foi em Dubrovnik), sempre em hotéis muito razoáveis (4*) com preços razoáveis (entre €75 e €125) e em locais na generalidade muito agradáveis. Assim em Kotor e Split fiquei nas Stari Grad, em Trogir, Dubrovnik e Lovran em hotéis com vistas sobre o Adriático e em Milão, Lubjdina, Zagreb e Pádua em hotéis já um pouco mais afastados. Para quem não utiliza o booking.com recomendo vivamente. Já há alguns anos que nós (ou mais propriamente a minha mulher que é responsável por essa parte…) o utilizamos em muitos países diferentes e geralmente com bastante agrado. O facto de uma componente importante do processo de escolha ser a análise das apreciações dos anteriores utilizadores e depois sermos convidados a nós próprios fazermos o mesmo, gera uma competição saudável pela qualidade e pelo agrado dos hóspedes. As opções de pesquisas também são importantes para por exemplo escolher os temas para mim mais importantes que são estacionamento, internet e pequeno-almoço.

Normalmente também uso o booking.com (e apenas esse site), mas em geral apenas para a primeira noite quando sei exactamente onde vou ficar. Numa viagem de 10 dias como foi a nossa torna-se bastante difícil prever com exactidão onde vamos ficar cada noite, e é muito frustrante ter que perder determinados sítios que se revelam grandes surpresas, ou ter que andar a pastar e a fazer horas em determinado local, condicionados pelo calendário da dormida.

Temo-nos dado muito bem com esta estratégia, apesar de por vezes não haver grande alternativa a dormir numa "estrebaria" ou então só conseguir arranjar hotel às 6 da manhã como nos aconteceu nos Montes Apalaches no Canadá. Encaro isso como um salzinho extra que em alguns casos são as recordações mais rocambolescas que trazemos das viagens.

 

4) Estava preparado para os €15 de taxa de utilização de auto-estrada na Eslovénia e €10 de eco-taxa do Montenegro (que me foram cobrados por um sujeito extremamente simpático, com um ar humilde, que quase me pediu desculpa por me estar a exigir aquela taxa sui generis), mas fiquei surpreendido com as auto-estradas Croatas. Embora tenha procurado privilegiar a utilização da cénica N8 pelo litoral, a partir de Zadar e por questões de timing fui pela E65/A1-A6 até Rijeka, e se nem uma nem outra cidade valem realmente a pena visitar, a auto-estrada é uma obra de engenharia que não fica nada a dever a algumas auto-estradas italianas ou suíças no que diz respeito á combinação de viadutos com túneis, alguns deles bastante longos (mais de 5km) ficando ainda agradavelmente surpreendido por pagar uma portagem que em Portugal pago na A2 entre Lisboa e Grândola…

Sim, já tinha noutro post chamado a atenção para a Vigneta na Eslovénia e a eco-taxa de Montenegro. Não há como as evitar. Mas creio que foram as únicas "portagens" que pagámos. Verdade seja dita, tentámos sempre evitar auto-estradas e optar por percursos mais panorâmicos. É natural que tivéssemos pago um troço ou outro, mas não chegou sequer a ser assunto.

Rijeka e Zadar (excepção da marina e da zona ribeirinha) são muito fraquinhas e só as atravessámos porque tinham umas caches a piscar no radar, mas foi mesmo de fugida.

 

5) Também se comeu bem e por preços simpáticos. Comemos umas grelhadas de peixe, espectaculares, na Croácia. Tendo sido umas das poucas viagens recentes em que não fui a um MacDonald’s, não deixei obviamente de comer o equivalente local ao BigMac, ou seja o tradicional Cevapcici, embora com muita pena minha não no sítio (Mrkva Restaurant) que aparentemente deu origem ao franchising :P

Das coisas que tenho mais saudades é da comida. Ainda no sábado passado fizémos uma grande jantarada de Cevapcici e Kajmak em casa do João e da Maja (Team Hulkman) que trouxeram da recente viagem a Sarajevo no final do mês passado.

O Cevapcici do Mrkva no centro de Sarajevo é especial, nem que seja pela carga histórica que encerra. Foi graças a ele que a Stari Grad (cidade velha/centro histórico) de Sarajevo foi poupada aos bomardeamentos dos snipers sérvios, pois o maior desejo de Radovan Karadzic era ír lá comer um belo Cevapcici depois de ocupar a cidade.

Nunca chegou a ter esse prazer, ao contrário de nós, que realizámos lá um Evento no ano passado :D

Edited by prodrive
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